sábado, 30 de novembro de 2013

O MARRARE DO POLIMENTO

« [.../...] A fina-flor da geração chiadense frequentava os bailes das Laranjeiras e as noites de estreia em todos os teatros. Aplaudia e pateava as divas de S. Carlos. Reunia-se com os políticos às mesas do café, escutando José Estevão conspirar contra os Cabrais e Passos Manuel em plena propaganda maçónica. Era a época em que uma primeira incursão no Marrare exigia apresentação feita por qualquer veterano da casa. Aos desconhecidos que ousavam o sacrilégio eram lançados olhares de alto a baixo, os criados não os serviam de pronto e alguns jovens “dandies” mais irreverentes chegavam a convidá-los a sair. Por isso, muitos pais de família aconselhavam os filhos a não passar ali à porta, e era comum ver burgueses atravessando para o passeio em frente, quando havia aglomerações à entrada do café. »


Capítulo sobre os cafés de António Marrare,
em OS CAFÉS DE LISBOA 
de MARINA TAVARES DIAS




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